segunda-feira, 22 de junho de 2009

A verdadeira educação alemã

Com o tempo a gente vai descobrindo que nem tudo aqui trata-se de diferença cultural ou de consciência social. É mais uma questão de fiscalização e punição, mesmo.

Vamos aos exemplos. Inicialmente fiquei bastante impressionada com o fato das pessoas realmente esperarem o sinal verde de pedestres para atravessar a rua, mesmo não tendo nenhum carro a vista. Na realidade, quem for pego por um policial atravessando a rua no sinal vermelho recebe uma multa bastante alta (ouvi falar em €60,00). O mesmo vale para as bicicletas, que devem obedecer ou a sinalização própria para elas, quando existente, ou a sinalização dos veículos, quando estão circulando junto a eles.

O mito de que os alemães são educados foi por água abaixo. O órgão mais sensível no ser humano de qualquer parte do mundo é, realmente, o bolso!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Geléia de Cereja

Semana passada ganhamos uma enorme cesta de cerejas da Ana, uma amiga do curso de alemão. Cerejas lindinhas e sem agrotóxico. Uma delícia! Eram duas qualidades de frutas, as cerejas vermelhinhas grandes, e aquelas mais escurinhas bem pequenas.

Comemos cereja até não aguentar mais, até que as frutas começaram a estragar.

Resolvi então fazer uma geléia que, por sinal, ficou uma delícia. Assim evitei o desperdício e ainda por cima comeremos uma geléia deliciosa e sem conservantes. Pra quem quiser tentar, segue a receita:

GELÉIA DE CEREJA

Ingredientes:


- 1 1/2 xícara de cerejas frescas sem caroço e picadas grosseiramente
- 1 1/2 xícara de açúcar comum
- 1/2 maçã pequena sem casca ralada (a maçã tem pectina e dá corpo ao doce)
- sumo de 1/2 limão

Como fazer:

1. Numa panela, leve todos os ingredientes juntos ao fogo baixo, tomando muito cuidado para não deixar ferver vigorosamente.
2. Em fogo muito baixo, então, deixe a geléia tomar corpo.
3. O ponto da geléia não sei ao certo precisar. Mas quando passar uma colher de silicone no fundo da panela e a estiver em ponto de calda, pode desligar o fogo. É melhor que ela fique mais líquida, que é só deixar mais tempo depois, do que dura demais, que não tem solução (pelo menos que eu saiba). Somente depois de fria é que dá pra saber como ficou realmente.
4. Após arrefecer, guarde na geladeira em pote fechado. Ficou deliciosa no pão e também dizem que é uma boa misturar com iogurte natural.

Vale a pena!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Amsterdam

Sem dúvida a cidade mais legal de todas que conheci até agora! Claro que Paris é linda, mágica e todos os outros adjetivos dados a ela, mas a quantidade de turista torna todas as visitas tão penosas que acaba perdendo um pouco o encanto, sabe?! Seria mais ou menos assim: Paris e New York para visitar, Amsterdam para morar.

Logo do cartão que compramos e marco turístico da cidade

Foi a primeira "grande" cidade que visitamos em que é possível conhecer todo o centro apenas caminhando. Quando nos damos contas, chegamos nos lugares programados sem nem cansar. Além disso, a cidade é plana, o que facilita bastante. Amsterdam é também uma cidade de vanguarda: foi a primeira a legalizar a prostituição, o casamento gay, a eutanásia e o uso de drogas leves, que falarei mais adiante.

A escala da cidade a torna aconchegante. São prédios baixos, com ruas estreitas mas com um canal no meio, o que a torna ampla e iluminada. Em praticamente todas as ruas existe um movimento enorme de bicicletas, acho que lá elas são mais perigosas que os carros. tinha inclusive um estacionamento só para bicicletas com três andares. O difícil deve ser tirar a bicicleta de lá... rssss.

Quantidade de bicicletas perto da estação central, quero ver achar depois...

Um pouquinho de história. A cidade se desenvolveu a partir de um povoado de pescadores. Passou por diversas guerras, entre elas a guerra com Filipe II da Espanha, que durou cerca de 80 anos. Após o término deste conflito, o país ganhou fama por sua tolerância e respeito com diversas religiões, e acabou servindo como refúgio para judeus, comerciantes e huguenotes. devido ao excelente desenvolvimento de seu porto, a cidade foi tornando-se muito rica e mundialmente conhecida. Foi em Amsterdam que surgiu a primeira bolsa de valores a funcionar diariamente. Com isso a cidade tornou-se um importante centro financeiro. Com as guerras napoleônicas, a fortuna de Amsterdam foi arrebatada e a situação do pais melhorou somente após com a criação do Reino dos Paises Baixos. O século XIX, foi de grande desenvolvimento do país, com construção novos canais, uma estação de trem e museus. Na I Guerra Mundial, a cidade conseguiu permanecer neutra, mas na II Guerra o pais foi invadido pelos alemães, que instalaram um governo civil nazista e perseguiam todos os judeus e simpatizantes. Uma história famosa que se passa na cidade é a de Anne Frank, a garotinha que morou anos no porão de uma casa, junto sua família, para se esconder dos nazistas.


Fachada de uma rua, com prédinho torto por causa das fundações, ou melhor, por culpa do engenheiro, como sempre!!!


Novamente compramos um daqueles passes que dá direito a entrar em vários museus e andar de ônibus, de trem, etc, por 24 hs. Mas desta vez não valeu a pena. Primeiro porque não há a menor necessidade de circular pela cidade de ônibus. É perfeitamente possível conhecer tudo caminhando, ainda mais nesta época do ano que anoitece depois das 22hs e a temperatura é ótima. Segundo porque os museus mais importantes como o de Van Gogh, a casa da Anne Frank e a Casa de Rembrandt não faziam parte do pacote (o museu do Van Gogh e a Casa de Rembrandt estavam com uma exposição especial, portanto deveriamos pagar, além do valor do passe, uma complementação). Além disso, muitas das atrações que estavam sendo apontadas como parte integrante do pacote, eram gratuitas ou estavam fechadas, o que foi bastante frustrante. Mas não estragou nosso passeio, pois ainda tinha muito o que conhecer!

Visitamos outros museus, como o Rijksmuseum, que possui muitas peças interressantes dos "Anos de Ouro" da Holanda, entre eles casinhas de bonecas riquíssimas em detalhes e pinturas de Vermeer e Rembrandt. Fomos ao Amsterdams Historisch Museum, que conta toda a história do crescimento e desenvolvimento de Amsterdam por quadros e objetos, tem inclusive uma pequena pintura sobre o Olinda, da época em que os holandeses colonizaram o nordeste brasileiro. Será que se eles tivesse ficado por lá as coisas hoje não estariam melhores? Vai saber...

Fomos ao museu Willet-Holthuysen, que é uma casa de uma família de posses do século XIX, onde o marido era um ávido colecionador que doou sua coleção à cidade. É bem interessante ver como viviam as familias naquela época, o porão era a área de serviços, com cozinha, dispensa, lavanderia, e os outros andares da casa possuiam aposentos como sala de jogos, sala do jardim, sala de estar, sala de jantar, além dos dormitórios, é claro. O jardim também é muito bonito.

Fizemos um passeio de barco pelos canais da cidade, o que foi realmente muito bonito!

Outra coisa muito legal que tem por lá são as casas barcos. Realmente o pessoal mora dentro de um barco. O pessoal faz até um portãozinho de acesso e um pequeno jardim no próprio barco. Dizem que para este tipo de moradia os impostos são mais baratos. Mas que são um mimo, ah isso são!!!

Casinha barco, uma amor!


Ah, e claro que não podiamos deixar de conferir o lado liberal dos holandeses. Passamos pelo "Red Light District" (ou Bairro da Luz Vermelha), onde suas ruelas estão lotadas de sex shops, bares e cinemas com shows eróticos e as famosas "vitrines", onde as prostitutas ficam trajando lingerie e salto alto. Se alguém se interessar, entra na pequena salinha envidraçada, ela fecha a cortina e faz o trabalho ali mesmo. Também fomos aos Coffeeshops, que são bares onde o consumo e a venda de drogas leves é permitido. O pessoal fica lá, tomando uma cerveja e fumando um beck. Claro que preferimos ficar só na cerveja, mas não podiamos deixar de ir lá, né?! A prostituição e o consumo de drogas leves (lê-se maconha) é permitido apenas nas áreas designadas a elas. Assim as coisas acabam áté ficando organizadas, já que quem não quer ver esse tipo de coisa basta não frequentar estes locais.

Realmente gostamos muito de Amsterdam e iremos voltar lá logo, logo. Ficou faltando muita coisa para visitar, além de ser uma cidade jovem e cheia de vida.