terça-feira, 24 de março de 2009

De Ônibus na Alemanha

Pois é, mesmo aqui não consegui me livrar do meu etermo meio de locomoção: o ônibus. Mas como nem tudo é de todo ruim, andar de ônibus tem suas vantagens. A primeira delas é que acabo conhecendo muito mais coisas do que se estivesse de carro, pois sou obrigada a prestar atenção no que está a minha volta e não só que diz no GPS. A segunda é que, como ando um pouco neurótica com esse negócio de meio ambiente, o ônibus polui menos e ajuda a deixar minha consciência um pouco mais limpa também (mas que é brabo esperar o ônibus no frio, isso é!).

Vou explicar mais ou menos como funciona o transporte público por aqui. Diferente dos Estados Unidos (em Austin, mais especificamente), aqui podemos ir para qualquer lugar usando o ônibus. Além disso, os ônibus cumprem uma tabela de horários a risca e se eu me atrasar e perder o primeiro ônibus, acabo me atrasando muito.

Para mim o maior problema é que para ir ao meu curso de alemão, por exemplo, eu tenho que pegar três conduções diferentes: um ônibus de Plankstadt (minha cidade) até Eppelheim (uma das cidades vizinhas), um trem de Eppelheim até Heidelberg (outra cidade que é próxima, onde fica o meu curso) e mais um ônibus até pertinho da escola. Tudo isso para vencer aproximadamente 7km. De carro levo menos de 15 min, e de ônibus mais de 1/2 hora. Até ai tudo normal.

Agora o que é mais complicado de entender no início é o sistema de tarifas. Eu achava muito estranho quando pegava o ônibus para Schwetzingen, e pagava 1,80 euros, e quando pegava o onibus para Eppelheim, pagava 2,10 euros, sendo que é o mesmo ônibus. A única coisa que muda é a direção!!!

Depois de pesquisar um pouquinho, conversar com os colegas e algumas idas e vindas do "Kunden...alguma coisa" (central de atendimento ao cliente da empresa de ônibus), descobri finalmente como o sistema de tarifas funciona.

Existe um mapa onde estão localizadas as cidades que a empresa de transporte atua. Este mapa está dividido em colméias, segue o link com o mapa em pdf: http://www.vrn.de/fahrausweise/wabenplan/ Dependendo do número de colméias que é preciso atravessar para chegar ao destino desejado, o valor da tarifa varia. Por exemplo, eu saio de Plankstadt (colméia 124) e vou para Heidelberg (colméia 125), mas sou obrigada a passar por Eppelheim (colméia 135). Com isso, o valor da tarifa diária só para volta do curso ficaria em 3,50 euros. Entretanto, é possível comprar um passe mensal que me dá o direito de usar todas as linhas, quantas vezes eu quiser, dentro destas três colméias.

Agora vem a parte mais interessante e surpreendente do sistema de tarifas aqui na Alemanha. Não existe uma roleta, onde se é obrigado a apresentar um cartão magnético ou com chip, nem é necessário apresentar ao motorista do ônibus nenhum comprovante ou carteirinha. Você entra no ônibus ou no trem e senta, simplesmente. A forma de fiscalizar se as pessoas realmente usam o passe é a seguinte: enventualmente existe um fiscal a paisana (eu nunca vi) que pede para que todos mostrem seus passes ou ticktes válidos para aquela viagem. Caso alguém não possua e esteja andando de graça, além de passar por uma baita vergonha, pois dizem que o cara faz um estardalhaço, recebe uma multa de 40,00 euros. Não sei se acontece mais alguma coisa com o infrator, mas só pela vergonha já não vale a pena.

Quem utiliza o ticket diário é obrigado a carimbar o bilhete em uma máquina, dentro do automóvel, com a data e a hora de utilização. Depois de carimbado, é possível usar o transporte por mais uma hora e meia, sem que haja necessidade de pagar novamente. É nessa hora que é possível perceber que as pessoas, mesmo não sendo "obrigadas", pagam passagem.

Imagina se isso ia funcionar no Brasil, heim?!

2 comentários:

  1. Aqui já vi neguinho sendo multado e ainda reclamar. No Brasil, iria dar "super certo". haha. O ruim é você esperar ônibus no frio. Mas não desanima, logo vem o verão para vocês. Beijos.

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